Dia
Pela sua mão levou-me o dia.
Aérea e dispersa eu dançava
Enquanto a luz azul se dividia.
Escuros e longos eram
Os corredores vazios
O chão brilhava e dormia.
E pela sua mão levou-me o dia.
O mapa na parede desenhava
Verde e cor-de-rosa a geografia:
Aérea e dispersa eu vivia
No colo das viagens que inventava.
Outro rosto nascia
No interior das horas
Prisioneiro e velado
Por incertas demoras.
Das páginas dos livros escorriam
Antigas e solenes histórias
Como um rio meu coração descia
O curso das memórias.
E pela sua mão levou-me o dia.
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
Pinturas do pintor dinamarquês Carl Holsoe
Blog muito bonito, fotografias fabulosas e pensamentos, escrita e mensagens para reflectir e pensar. Obrigada e felicidades para si e sua família. Bem haja
ResponderExcluirHelena Oliveira
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