quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A curva dos teus olhos

A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito
É uma dança de roda e de doçura.
Berço nocturno e auréola do tempo,
Se já não sei tudo o que vivi
É que os teus olhos não me viram sempre.

Folhas do dia e musgos do orvalho,
Hastes de brisas, sorrisos de perfume,
Asas de luz cobrindo o mundo inteiro,
Barcos de céu e barcos do mar,
Caçadores dos sons e nascentes das cores.

Perfume esparso de um manancial de auroras
Abandonado sobre a palha dos astros,
Como o dia depende da inocência
O mundo inteiro depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.

Poema de Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa

Para a minha princesa, porque no seu olhar corre também
todo o meu sangue.

Um comentário:

  1. Olá Artur,

    Muito bom dia.

    a noite passada não consegui dormir e aproveitei para espreitar os seus textos.

    Os meus sinceros parabéns pela forma como escreve.

    Vou tomar a liberdade de lhe facultar o meu contato, na eventualidade, de um dia, talvez, quem sabe, querer ler as minhas palavras que são um pouco mais tristes que as suas, pois a minha tendência é para escrever mais quando estou mal comigo própria.

    Não faça por favor um juízo de valor a meu respeito sem me coonhecer, pela minha ousadia de facultar o meu nº que é 96 6258178.

    Já agora, eu sou a Isabel e vivo em Queluz.

    Um bom dia para si Artur.


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