Dia
Pela sua mão levou-me o dia.
Aérea e dispersa eu dançava
Enquanto a luz azul se dividia.
Escuros e longos eram
Os corredores vazios
O chão brilhava e dormia.
E pela sua mão levou-me o dia.
O mapa na parede desenhava
Verde e cor-de-rosa a geografia:
Aérea e dispersa eu vivia
No colo das viagens que inventava.
Outro rosto nascia
No interior das horas
Prisioneiro e velado
Por incertas demoras.
Das páginas dos livros escorriam
Antigas e solenes histórias
Como um rio meu coração descia
O curso das memórias.
E pela sua mão levou-me o dia.
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
Pinturas do pintor dinamarquês Carl Holsoe
ARTES E LETRAS
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
A curva dos teus olhos
A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito
É uma dança de roda e de doçura.
Berço nocturno e auréola do tempo,
Se já não sei tudo o que vivi
É que os teus olhos não me viram sempre.
Folhas do dia e musgos do orvalho,
Hastes de brisas, sorrisos de perfume,
Asas de luz cobrindo o mundo inteiro,
Barcos de céu e barcos do mar,
Caçadores dos sons e nascentes das cores.
Perfume esparso de um manancial de auroras
Abandonado sobre a palha dos astros,
Como o dia depende da inocência
O mundo inteiro depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.
Poema de Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa
Para a minha princesa, porque no seu olhar corre também
todo o meu sangue.
A curva dos teus olhos dá a volta ao meu peito
É uma dança de roda e de doçura.
Berço nocturno e auréola do tempo,
Se já não sei tudo o que vivi
É que os teus olhos não me viram sempre.
Folhas do dia e musgos do orvalho,
Hastes de brisas, sorrisos de perfume,
Asas de luz cobrindo o mundo inteiro,
Barcos de céu e barcos do mar,
Caçadores dos sons e nascentes das cores.
Perfume esparso de um manancial de auroras
Abandonado sobre a palha dos astros,
Como o dia depende da inocência
O mundo inteiro depende dos teus olhos
E todo o meu sangue corre no teu olhar.
Poema de Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa
Para a minha princesa, porque no seu olhar corre também
todo o meu sangue.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
ESCREVER
Voltei a usar as minhas canetas de tinta permanente. Tenho uma colecção de canetas, algumas que nunca usei e que me decidi a colocar em serviço. Os momentos que reservamos diáriamente à escrita tornam-se especiais quando em frente do papel as palavras começam a fluir do aparo de uma caneta. Talvez seja uma ideia pré-concebida minha mas sinto um prazer especial quando escrevo com a minha velhinha caneta de tinta permanente. Hoje, no meu diário, a tinta, copiei uma frase de Henri Bergson sobre a vida - A vida é um conjunto de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar as luzes.
Voltei a usar as minhas canetas de tinta permanente. Tenho uma colecção de canetas, algumas que nunca usei e que me decidi a colocar em serviço. Os momentos que reservamos diáriamente à escrita tornam-se especiais quando em frente do papel as palavras começam a fluir do aparo de uma caneta. Talvez seja uma ideia pré-concebida minha mas sinto um prazer especial quando escrevo com a minha velhinha caneta de tinta permanente. Hoje, no meu diário, a tinta, copiei uma frase de Henri Bergson sobre a vida - A vida é um conjunto de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar as luzes.
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